Acerca de mim

A minha foto
Penalva do Castelo, Viseu, Portugal
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE PENALVA DO CASTELO e UCC

10 fevereiro 2011

Cereais Versus aumento do açúcar

Cereais versus aumento do açúcar
Em primeiro lugar necessitamos de clarificar o que entendemos por cereais? Se estamos a falar dos cereais que habitualmente utilizamos ao pequeno-almoço tipo Kellogg´s® ou Corn Flaks®, ou se estamos a falar de outros cereais.
Os cereais são uma parte essencial de uma alimentação saudável ocupando uma elevada percentagem na Roda dos Alimentos, para além da sua importância histórica na sobrevivência humana.
Existe uma enorme variedade de sementes de vegetais, em vários tamanhos e feitios, que são cultivadas como alimento desde a semente de aveia até ao grão de milho.
Na Roda dos Alimentos os cereais ocupam 28% da totalidade sendo o grupo alimentar com maior peso comparativamente com a carne e o peixe 5%.Neste grupo incluem-se o milho, arroz, trigo, centeio, e os seus derivados pão, tostas, flocos de cereais, massa.
Ingerir uma diversidade de cereais não só assegura uma variedade de nutrientes como também ajuda a tornar as refeições interessantes.
Os cereais são óptimas fontes de hidratos de carbono complexos, dai serem denominados de energéticos, e ricos em vitaminas e sais minerais e fibras, por essa razão denominados de reguladores, e têm naturalmente pouca gordura.
Erradamente os produtos em grão são tidos como alimentos que engordam, no entanto, utilizados num plano alimentar saudável não implicam aumento de peso. O que conduz ao excesso de peso são as calorias que são introduzidas aos produtos em grão, provenientes da indústria da transformação, nomeadamente na pastelaria, como os bolos e os croissants.

Em relação aos cereais consumidos ao pequeno-almoço, como já se percebeu, são alimentos já transformados pela indústria e que para os tornarem ainda mais apetecíveis são lhe adicionados outros produtos como o açúcar e o chocolate.
Um estudo internacional coordenado pela Defesa do Consumidor (DECO) alertou para o excesso de açúcar nos cereais para crianças
Cada 100gr de cereais, uma dose individual, contém cerca de 36 gramas de açúcar ou seja cerca de 5 pacotes de açúcar dos nossos cafés, mas chama a atenção que se os mesmos cereais forem adquiridos nos USA então a quantidade de açúcar ainda aumenta, para 6 pacotes de açúcar ou seja 42 gramas por cada 100 gramas de cereais.
Este tipo de produto, os cereais, são de fácil preparação e há uma grande pressão por parte da indústria através dos média que os torna um alimento de grande consumo.
Importa salientar que os cereais utilizados de uma forma excessiva podem ser prejudiciais, pelo seu teor de açúcar e que o melhor é optar pelo tradicional pão, leite e fruta.
Na nossa sociedade estamos rodeados de produtos açucarados praticamente desde que nascemos.
O hábito de consumir açúcar foi-se enraizando ao longo dos anos, até que hoje se começa a falar de dependência do açúcar e dos seus derivados. Durante muito tempo, a hipótese do açúcar desencadear reacções de dependência foi rejeitada, mas nos últimos anos, várias investigações têm concluído que o que nos leva a comer doces revela semelhanças com algumas das características psicofisiológicas da dependência relativamente a outras substâncias aditivas como o álcool.
A ingestão de açúcar pode activar um sistema de recompensa no cérebro que nos leva a repetir a dose, tal como sucede com o álcool ou a nicotina. Provocando modificações cerebrais ao nível dos neurotransmissores, gerando substâncias como a dopamina que são responsáveis pela sensação de prazer e satisfação – a qual nos leva a repetir o consumo.
Quando não ingerimos açúcar, o cérebro começa a sinalizar a falta dessas substâncias e gera-nos a ansiedade do consumo, por vezes com sinais típicos
A habituação pode conduzir à dependência, quase sem nos apercebermos disso. Experiências realizadas com ratos, conduzidas pelo neurocientista Bart Hoebel na Universidade de Princeton nos E.U.A., revelaram que em apenas 10 dias os ratos duplicaram a ingestão da solução açucarada, bebendo-a logo na primeira hora em que esta estava disponível.
Os ratos evidenciaram alterações ao nível dos neurotransmissores cerebrais e manifestaram típicos sinais de privação, como ansiedade, agitação e tremuras de dentes. Estes sintomas mantiveram-se quando o açúcar foi substituído pela sacarina, um adoçante artificial. O que reforça a ideia de que a dependência é suscitada, sobretudo, pelo sabor doce.
Estas investigações têm lançado novas pistas para o tratamento de doenças do comportamento alimentar, em especial a bulimia, muito associada à incapacidade de resistir aos doces.
Diariamente não nos apercebemos da quantidade de açúcar que ingerimos até porque, na maioria dos casos, essa informação é omissa no rótulo da embalagem. A DECO, em conjunto com outras associações europeias do consumidor, realizou um estudo sobre os açúcares nos alimentos, e as conclusões são preocupantes: “os fabricantes usam e abusam deles”.
Dos produtos analisados, referimos a título de exemplo, os valores médios de açúcar encontrados em alguns alimentos (utilizou-se como medida os pacotes de açúcar do café que são aproximadamente entre7 a 10 gramas de açúcar):
1 lata de refrigerante = 5 pacotes de açúcar
1 copo de néctar de pêssego = 3,5 pacotes de açúcar
1 leite achocolatado = 3 pacotes de açúcar
1 iogurte de aromas = 1,5 pacotes de açúcar
1 colher (de sopa) de ketchup = 1 pacotes de açúcar



Diferença entre um pequeno almoço à base do imediatismo e facilitismo versus um pequeno almoço tradicional.

UCC Penadalba

Sem comentários:

Seguidores